segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Acho que me perdi.

Eu devo ir, não há mais sentido. Eu nunca quis ficar, nem naquela época. Queria ir. Queria que você fosse comigo, mas queria ir. Tua casa é tão perto da minha, e a janela do teu quarto fica virada pra rua. Me dá vontade de, em uma madrugada chuvosa, jogar pedrinhas no vidro da tua janela e sorrir com o único sorriso verdadeiro que eu tenho quando você aparecer na janela. Você nem precisaria descer, poderia ficar lá no teu pedestal, olhando e rindo do meu gesto extremamente Romeu & Julieta. Maybe it's time o go. Não vou. Digo, não vou porque não tem pra onde, não tem com quem, não tem como, não tem jeito. Certas coisas são fáceis de abandonar. Certas coisas são difíceis. As ruas dessa cidade estão cheias de recordações, tanto boas quanto ruins, e eu nunca gostei de recordações. Na verdade, abençoados são os que esquecem.
Já não sei se é pior com você ou sem. Eu tento falar, eu tento falar tudo isso, mas você não me escutaria, nunca escutou. Já é difícil encontrar o que não sufoca, e Setembro nunca foi tão bem vindo. Quando eu te ver novamente, não falarei nada. Farei silêncio enquanto o vento passa por nós e nossos olhos se encontrarão. Não deixarei o que estarei fazendo. Se estiver andando, continuarei. Apenas será real se nós nos encontrarmos em meio aos nossos acasos, em meio aos nosso desencontros, em meio a minha saudade. Você irá me tirar para dançar antes que eu deixe a ideia de trazê-lo para minha realidade e queria continuar mantendo-o seguro em meus sonhos.
Eu sei que ultimamente eu só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das minhas mãos, e eu não vou pedir desculpas, afinal, ainda é Agosto. Eu lembro de tudo, de cada bendito e maldito detalhe de tudo isso, ou tudo aquilo. Sei que faz um tempo, e sei que demorou um pouco, mas sinto falta. Comecei a sentir falta tardiamente, e não sei bem do que. Você, momentos, abraços, segurança... Sei que estou despejando tudo isso em cima de você, e está indo tudo de uma vez, e eu me sinto estúpida. Jogo sobre você tantos medos, tanta coisa travada, tanto medo de rejeição, tanta dor, mas só vem, vem, vem, vem e não para. Preciso que você abra seus olhos para eu poder dizer que te amo, como se fosse possível, como se fosse verdade.
Eu tentei evitar, mas recomeçar é doloroso, é complicado, é chato e parece que sempre dá na mesma.
Eu sinto falta de ir à praia a noite, ouvir o barulho das ondas e observar o céu que ficava rosa todo pôr do sol. Nada disso tinha acontecido, meu "coração" pertencia unicamente a outro e eu não me lembro se pensei em você ou não. Coisas menos complicadas.
Não importa se você foi embora. Eu não fui, e não vou. Vou esperar você voltar. Vou esperar anos, meses, semanas, dias, horas, mas vou. Tem um banquinho aqui em frente, e ele é todo colorido, e tem teu nome nele, o nome do meu amor. E ele está aqui só pra você saber que, em qualquer tempo, em qualquer lugar, daqui a quinze anos, não sei, você pode voltar. Sem explicações, só pra olhar o céu de mãos dadas.

sábado, 29 de agosto de 2009

Ele dá e passa.

Não adianta, é cada um por si na sua própria bolha de ar.

Ela já te tocou, eu não. Ela já sentiu teu perfume, eu não. Ela já te beijou, eu não. Ela já te amou, e você também a amou. E eu?


Seja como for. Seja bom, seja bom, seja bom. Seja amor.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Who's gonna save my soul now?

Não sei. Não sei se quero o que eu acho que quero, por que quero, quando quero. Não sei mais o que sentir ou como me sentir com relação a tudo isso ou tudo aquilo. Tudo o que é, foi ou está por vir/ser. Ando esquecendo as coisas, e acabei de esquecer algo agora. Não consigo me dedicar de corpo e alma a nada. Eu achava que eu sabia, mas não sei. Eu não sei de nada, e você também não. Não quero diversão, quero ficar debaixo das cobertas só pensando em tudo que poderia ter sido e não foi, tudo que poderá ser mas não será. Pensando o quão estranhamente normal e estranho tudo está e em como nada que eu falo faz sentido. Em como nada que falam faz sentido, em como meu céu nunca mais ficou rosa, e faz alguns dias que nem azul fica. Isso me faz chorar. Não, não faz. Nada faz. Tá tudo afundando, afundando, afundando, mas a água simplesmente não sai, não sai. Eu não saio, você também não. Vocês.
Mas sei que preciso de gente nova, de uma nova onda de intensidade e de um Poderoso Chefão flamejante.

Preciso de uma folga.

Who's gonna save my soul now? I know I'm out of control now, tired enough to lay my own soul down.

sábado, 22 de agosto de 2009

My bones ache, my skin feels cold.

Você sente frio o tempo inteiro, eu também, e nos juntar nunca esquentou nenhum dos dois. Eu tenho bem claro na minha cabeça de que somos tão... estranhos juntos quanto separados, e isso não me dá vontade de chorar. Poucas coisas dão, no momento. Você não me conhece tão bem quanto eu te conheço, até porque você nunca prestou atenção em mim quanto eu prestei em você. Nenhum deles, ou de vocês, me conhece. Estou tremendo agora por motivos que vocês não sabem. Acho que você nunca me afetou da maneira que ele ou como a chuva me afetam, e isso não significa nada. Todo esse percurso entre a locadora e minha escola só me lembra você e seu ego gigantesco que não deixava ( e ainda não deixa) eu me expressar direito. Eu sou tão boa pra escutar quanto pra falar, mas, melhor do que qualquer coisa, eu sou boa pra esconder as coisas quando quero, e, eu não sei o que você pensa sobre isso, mas é algo realmente útil. Esconder a felicidade é sempre bom, faz com que as pessoas que querem roubar aquilo ou aquele, prestem pouca atenção em você, enquanto você continua prestando bastante atenção nelas, pois sabe quem são. Entrei em um assunto totalmente diferente no momento, e a cada segundo que passa, a cada palavra que escrevo, três saem erradas, até porque estou tremendo muito mais que antes. Entro em pânico facilmente agora, e isso é uma das poucas coisas que não consigo esconder. Mas o que eu quero dizer é que se você quiser fingir, terá que fazer isso tão bem quanto eu. Não duvido da sua capacidade, assim como não duvido que isso não seja fingimento. O fato é que ontem o céu estava incrivelmente lindo no final da tarde. Estava com ar de que ia chover. Havia relâmpagos, trovões... Mas não chove em agosto em Brasília, logo, me empolguei atoa. Enquanto a chuva ameaçava, onde você estava? Alguém precisa te acordar, nos acordar.

I want so much to open your eyes.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Você pode ir na janela.

Acho que não há um momento melhor do que esse, afinal, hoje é o aniversário do que seria quatro meses, e eu amo o número quatro. Sei que você não vai ler, o que me conforta e me dá coragem pra expor tudo isso aqui. Sei que as pessoas que lerão isso não vão conseguir saber, relacionar. Isso me dá coragem pra expor tudo aqui. Eu lembro de tudo como se fosse ontem, dos três dias. 18, 19 e 20 de Abril. 18 pode ser considerado como um dia 'amaldiçoado', venho reparando isso ao passar dos anos, todo dia 18 de Abril é a mesma coisa, incrível. Mas o fato é, o que eu tinha dia 19 que não tenho mais? Ou melhor, que deixei de ter dia 27 de maio. Não acho que isso é uma pergunta que venha regada de dor, sofrimento, tristeza, sabe? Essas coisas pesadas. Não, não é. É só curiosidade, você sabe como eu sou curiosa, sempre fui. Sou movida a perguntas e a respostas. Vejo potencial em você. Eu lembro do dia que eu estava jogando uno com os meninos e você chegou e me abraçou por trás, com os movimentos mais doces do mundo. Essas lembranças que ficaram. Não foi as brigas, as discussões, as lágrimas. O que é ruim passou. Eu lembro de vez em quando, o rancor não me deixa esquecer totalmente, mas isso não importa, nunca importou. Dane-se sua arrogância, seu complexo de superioridade ou sua grosseria. Eu vi um lado de lindo de você, um lado lindo que eu nunca vou esquecer. I see you as you are, I see you're transparent. Você me admitiu que era medo, eu sei que é medo. Medo de deixar que alguém invada tua fortaleza e todo esse blábláblá que pessoas como você e eu temos. Não reclamo, é isso que move o mundo: amor e medo. Mas, pelo menos por aqui, o amor vem primeiro. Não digo que houve amor, também não digo que não houve, que não há. Acho que só vou descobrir isso quando estiver pra morrer, sabe? Por isso parei de falar que amo as pessoas, não posso saber, não posso ter certeza. Mas há algo, sempre houve, sempre haverá. Eu preciso que você encare, que você enfrente. Não sou idiota, sou boa em ler as pessoas, principalmente você. Cinco anos, petit. Cinco. Eu enxergo toda a verdade, e ela consiste em, quase unicamente, medo. Por favor, não seja imbecil. Você não vai encontrar caminho nenhum fora de você, e você sabe disso. O caminho é in, não out. Você não vai encontrá-lo numa garrafa de 88 ou na maconha. Não vai encontrá-lo fugindo. Às vezes me pergunto do que vale um Q.I acima da média se você não faz uso adequado dele. Isso me diverte, na verdade. Nunca pedi pra você mudar, nunca pedi pra ser menos grosso, ou menos idiota, ou menos egoísta... Se gostamos de alguém, temos que gostar por inteiro, certo? Então. Eu sei que nosso relacionamento sempre foi totalmente unilateral, e sei que você sabe também. Mas não me importava, porque o mais importante tava lá, e você sabe o que (ou quem) era esse 'mais importante'. Seria bom se pudéssemos nos relacionar sem sentimentos, sem expectativas, mas as pessoas tem sentimentos e emoções, e não há nada que possamos fazer para retirar tais coisas de nós. Você também tem, não negue, petit. Chegue bem perto de mim, me olhe, me toque, me diga tudo, ou não diga nada, mas chegue mais perto. Não seja idiota. Não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada.

Ainda desejo te ver na janela quando passo em frente a tua casa. Seria bonito.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Through the clouds I see

Ela falava, falava e falava, e falava. Ele não escutava, só se preocupava em observar seus olhos chorosos, seus cabelos ondulados, sua pinta na bochecha e sua boca abrindo e fechando. Não ouvia, pois ocupava-se pensando que dia lindo estava lá fora, e que eles poderiam dar uma volta no parque, tirar algumas fotos e sentir inveja dos pássaros que por ali passavam, com suas asas lindas e sua liberdade encantadora e invejável. Ele sabia que ela estava feliz, ele sabia que ela estava chorando por coisas bobas, mas ele não suportava ser o culpado por seus olhos verdes soltarem lágrimas, mesmo que de alegria. Os dedos gelados e longos dele começaram a deslizar calmamente sobre os cabelos castanhos e embaraçados, fazendo-a fechar os olhos. Tocou as bochechas, fazendo-a sorrir. Tocou as pálpebras, a orelha esquerda. Tocou a pinta e a boca, fazendo-a parar de falar. Tocou o lábio inferior ferido, que sangrava. Tocou os lábio fartos de carne e sabor, fartos de sangue e amor, de carne e desejo. Os olhos verdes dela que abriram calmamente segundos atrás, agora fitavam os castanhos hipnóticos dele, com vontade de arrancá-los, para que apenas ela pudesse vê-los, para que apenas ela pudesse sentir o amor que transborda deles. Não se preocupe, ninguém mais sente, pequena. Ele disse de uma forma que a fez fechar os olhos verdes novamente e desmoronar em cima da cama bagunçada e cheia de algo bonito, algo como amor, não sei bem. Ele disse, fazendo-a fechar os olhos, desmoronar. Ele disse, fazendo os dedos gelados e bonitos abandonarem os lábios carnudos que sangravam.

Brown eyes, I'll hold you near, 'cause you're the only song I want to hear.

domingo, 9 de agosto de 2009

Noite Severina.

Só lembranças, completas e perturbadoras, exatamente como lembranças devem ser. Ela sentia e via como se fosse agora. As pernas entrelaçadas, os cheiros se fundindo e confundindo. Primeiro estranha-se, depois entranha-se. Ambos deitados, a cabeça dela sobre o peito magro e amargo dele. Seu ouvido ouvia doce e cuidadosamente os batimentos cardíacos dele, seu cérebro sentia a concentração dele em passar os dedos longos e bonitos sobre o cabelo embaraçado dela. Terror na tela colorida, e carinho nos gestos. Ela sentiu-se igual, única, principal, compatível. Havia outras pessoas no recinto, mas ela não as via, não as ouvia, não as sentia. Ocupava-se unicamente em absorver a respiração descompassada dele, ocupava-se em reparar nas cores. O colchão em que um dia deitaram juntos ainda estava lá. Outros corpos já o usaram como descanso, outros corpos ousaram retirar o incrível cheiro que ele havia deixado ali. Outros já passaram os dedos sobre os cabelos embaraçados dela, mas nenhum corpo a fez esquecer, nenhum corpo é bom o suficiente para fazê-la esquecer.

O amor que você nega, é a dor que você carrega. Ainda temos todo o tempo do mundo. Abençoados são os que esquecem. Não temos todo o tempo do mundo. Astronauta me diz, cadê você? Amor, não sei porque te chamo assim. Bailarina não consegue mais viver. Com certeza você nem lembra de mim. A tempestade que chega é da cor. Eu respiro seu desejo. Temos nosso próprio tempo. Ali sinto tua alma flutuar do corpo. Dos teus olhos castanhos. Ali tão certo, tão justo, só te sendo. Então me abraça forte. Escravo da tua beleza. Me diz mais uma vez que já estamos distantes. Daqui a pouco o dia vai querer raiar.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Cursed.

É, estou um pouco ausente. Estou me dedicando a outras coisas, como fotografia e tudo mais, tá fazendo mais sentido no momento do que escrever, até porque não estou conseguindo escrever, meus pensamentos estão em uma língua que eu ainda não aprendi. Ainda.

Mas não vou abandonar o Mixórdia, não faria isso. Quando a preguiça passar, posto uns textos antigos aqui.