quarta-feira, 12 de setembro de 2012

The new

Fazia porque amava, e fazia uma dessas coisas que não é qualquer um que faz. Não porque poucos são capazes, sempre achei que qualquer um pode fazer qualquer coisa, mas não é qualquer um que faz o que ele faz porque é uma dessas coisas que você só faz se amar, e ele amava. E por mais que chegasse cansado, de coração partido e olhos verdes apagados, chegava brilhando, porque fazia o que amava.
Olhava pra mim com olhos apagados, porque não entendia, acredito eu. Mas ainda apagados, seus olhos eram imensamente verdes e me engoliam por inteiro. Me sentia nadando em um mar livre de algas, de peixes, de areia, de toda aquela coisa incômoda. Me via nua, e me movia tão graciosamente que parecia flutuar. Mas então ele se movia, ou falava algo, e eu era retirada daquela imensidão verde de carinho e desejo.
Poucas vezes prestava atenção no que dizia. Não era possível, seus olhos não deixavam, seu brilho impedia. Ao contrário dos seus, os meus brilhavam, como que em prece.
Quando percebia, seus olhos apagados ficavam doces e ele dizia, ternamente, "Por favor, para".
O mar verde se fechava e eu voltava para o preto do finito.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Melancolia

Eu vejo seus olhos e eles não são verdes. São castanho claro, cor de amêndoa. São ternos e calmos. Tudo neles me diz "eu te amo".
Olho sua pele e ela não possui muitas pintas. Mas é branca, como um copo de leite. Fica vermelha com a mais fraca mordida. Reclama. Reclama enquanto você sorri.
Toco seu cabelo e ele é macio. É formado por cachos que nunca se desfazem, e que às vezes caem por sua testa, emoldurando seu rosto de obra prima.
Pego em suas mãos e elas não são muito maiores que as minhas. Possuem dedos grossos. Possui toque único.
E por mais que eu tente me proteger, seu sorriso me desarma. Suas palavras me congelam. Seu corpo o meu acolhe.
E eu te amo. Te amo com tudo que tenho, com tudo o que sou.
Mas existe um peso que não consigo explicar.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Yet you drowned in the sky

Tenho vindo aqui e ficado arrepiada. Nervosa. Angustiada. Como se um grande caminhão de sinceras opiniões fosse me atingir em cheio. Então fico alguns segundos e fecho tudo, desesperada.
Tenho estado desesperada, descompassada. O desejo de ter tudo voltou. Me sinto mimada novamente. Me sinto a garota que ganhou uma um pônei e ainda assim quer uma casinha de boneca. Mas dizem não.
É como no filme, certo? "Lost in a fever of pain and pleasure"
Mas o que pega mesmo é o lost.

Me desculpe se gosto dos seus olhos.
Mas não sei querer nada.