quarta-feira, 30 de maio de 2012

Aqui

Não sei como será, e já estou dizendo adeus dolorosos a ruas que ainda não me deixaram. Me imagino vivendo em um lugar que talvez não seja meu. Tô me expulsando do berço sendo que ainda não consigo andar.
Preciso de mais força. Preciso de mais tempo longe das corujas maravilhosas que vivem naquele espaço gigantesco. Preciso de mais tempo longe de tudo o que eu amo porque tudo o que eu amo é tudo o que eu sou.
E eu preciso de um tempo longe de mim, porque quero ser outra coisa.
Seus poemas me doem a alma.
Aquele corredor é infinito e não tem escapatória.
Os ônibus são barulhentos e passam por ruas severamente conhecidas.
Que não aguento mais.
Flores que não aguento mais ver.
Cores que não suporto.
Não quero lago.
Não quero mar.
Quero concreto.
Quero o artificial.
Carros, problemas, enchentes, metrô lotado, cidade lotada, ônibus lotado.
Preciso de mente lotada pra me esquecer de tudo o que não quero saber.
Não sei se me perdi mas não quero me encontrar, nem virar a rua e topar com alguém.
Nem esperar o ônibus e topar com alguém.
Não quero super-ar as- quadras, não quero as satélites, não quero todos os erros que continuam cometendo com essa cidade e que a cidade joga em mim.
Não quero Galeria dos Estados.
Bancos que se importem comigo.
Nem Sonhar de Olhos Abertos.
Não quero mais a Universidade de Brasília.
Não quero mais a seca que racha lábios
e corações.

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