Preciso de mais força. Preciso de mais tempo longe das corujas maravilhosas que vivem naquele espaço gigantesco. Preciso de mais tempo longe de tudo o que eu amo porque tudo o que eu amo é tudo o que eu sou.
E eu preciso de um tempo longe de mim, porque quero ser outra coisa.
Seus poemas me doem a alma.
Aquele corredor é infinito e não tem escapatória.
Os ônibus são barulhentos e passam por ruas severamente conhecidas.
Que não aguento mais.
Flores que não aguento mais ver.
Cores que não suporto.
Não quero lago.
Não quero mar.
Quero concreto.
Quero o artificial.
Carros, problemas, enchentes, metrô lotado, cidade lotada, ônibus lotado.
Preciso de mente lotada pra me esquecer de tudo o que não quero saber.
Não sei se me perdi mas não quero me encontrar, nem virar a rua e topar com alguém.
Nem esperar o ônibus e topar com alguém.
Não quero super-ar as- quadras, não quero as satélites, não quero todos os erros que continuam cometendo com essa cidade e que a cidade joga em mim.
Não quero Galeria dos Estados.
Bancos que se importem comigo.
Nem Sonhar de Olhos Abertos.
Não quero mais a Universidade de Brasília.
Não quero mais a seca que racha lábios
e corações.
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