quarta-feira, 6 de abril de 2011

Papéis

Por meses venho encarando papéis em branco. Observo, torço para que algo saia daqui e lote-os de pensamentos, lamúrias, desejos.
Ainda vazio.
Não é por falta de assunto. Não é por falta de chuva nem de Sol. Nem de pássaros, nem de sonhos.
Falta de amor, não é. Tenho potes que transbordam e olhos que ainda choram.
Não é por falta de dor ou de solidão. De rimas ou de acordes.
Meu senhor, não é nada disso não.
Não reconheço mais as ruas, a temperatura. O som da gaita ou da guitarra desafinada.
E produzem amores e necessidades.
Destroem fortalezas e castelos.
Cavernas não existem mais.
E você "cita filosofia" como se fosse difícil demais, e fala de jogos como se fossem reais demais, e de amor como a mais bela invenção...
Mas e então, amor? E então?

"O consumo dos dias expostos. Sem alma, sem poesia."

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