domingo, 25 de abril de 2010

Good Day, sunshine

Estávamos no carro ao som de Bob Dylan. O céu não iria chover hoje, e o Sol brilhava como nunca algo ou alguém brilhou. O Céu transparecia nossas almas.
Ele parou o carro em frente a um Ipê amarelo, lindo, lindo. Me lembrava nossos domingos chuvosos, não sei porquê.
Ele abriu a porta, saiu do carro como alguém que reaprendeu a andar e tirou uma foto. Entrou novamente no carro, olhou para mim com olhos de Sol e disse:
- Vamos emoldurar e colocar na parede do quarto, bem de frente para a janela.
- Pra quê?
- Para que possamos falar com os pássaros.
Me deu um beijo, aquele beijo amargo com gosto de cigarro, riu da minha cara de sonsa. Na verdade, ele sempre ria, já que eu sempre ficava com essa "cara de sonsa". O culpado era ele, é claro. Ligou o carro e deu partida. Não olhou pra mim até chegarmos.
Não era necessário.


Eu não sei se tuas asas são reais, mas desde que eu as vi, não consigo parar de te olhar.

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