Estava sentada lá a muito tempo, diziam os vizinhos. Olhos marejados que não se permitiam e sem vento nos cabelos. O fiel cachorro ao lado observando tudo, quieto, mansinho. Pensava sobre tudo que já lhe havia acontecido, tudo que não havia acontecido. Não gritava. Não sentia vontade de gritar. Queria subir as escadas e encarar, mas não sabia como fazê-lo, já que nunca havia feito-o durante todos esses anos. Sol forte, céu azul, com muitas nuvens. Pedir por tudo isso não adiantaria, nunca adiantou. Chorar também não.
Mas ela nunca deixou de pensar na graciosa ave. Nem na maldita abelha rainha.
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