quarta-feira, 22 de julho de 2009
I still haven’t broken the code.
As pessoas não me entendem porque elas não tem interesse nem paciência. Elas não tem coragem pra se aventurar, não tem o desejo de serem sonhadoras e de olharem o céu comigo, olharem pra valer. Acabei de ver, 03:03. Isso não significa merda nenhuma, mas fico nervosa quando vejo horas e minutos iguais. Quer dizer, desacredito que alguém realmente possa estar pensando em mim. Não me sinto digna disso. Eu digito tudo errado e bagunçado (menos aqui) porque as coisas vem rápido demais na minha cabeça pra eu ficar revisando. Odeio revisar coisas. Gosto de criar e ponto, nunca mais saber daquilo (tecnicamente). É claro que eu não quero que as pessoas realmente me entendam, se elas me entendessem, saberiam de todas as minhas farsas e máscaras e pensamentos e sonhos e vícios e desejos e vontades. Teriam a chave do meu castelo e poderiam invadir minha fortaleza, invadir meu interior. Não fiquei 15 anos criando uma fortaleza como essa para alguém ter livre acesso, não tem sentido. Mas eu sou tão simples, tão boba, tão... Adolescente, que me dá raiva. Tudo que é real demais me assusta. Eu gosto de coisas inventadas, coisas dignas de cinema francês. Coisas que podem ser conversadas na cama com um café, um cigarro, uma boa trilha sonora e uma ótima, linda, incrível, fascinante e também digna de cinema francês, companhia. Gosto de coisas coloridas, desenhadas, perfeitamente alinhadas com os defeitos e total e completamente minhas. Gosto de mandar e não ser obedecida de imediato. Gosto de... Cansei de falar sobre o que eu gosto, afinal, quem liga? Nem eu mesma ligo. Queria falar um pouco menos, até porque amanhã vão ao nosso apartamento pintar as paredes do quarto de vermelho e eu amo cheiro de tinta. Espero que caia um pouco em teus cabelos negros, faria uma boa junção. Você, teus olhos castanhos, teus cabelos negros, um pouco de tinta vermelha, meus cabelos vermelhos, o céu rosa no final da tarde e o trânsito da asa norte. Cobertas xadrez, castanhas, morangos, suco de maracujá, chocolate e todos os filmes que gostamos. E o cheiro de tinta vermelha, é claro. Teu cheiro de avelã, meu cheiro de absinto... Parque da Cidade, Por do Sol, Cabíria, Ano Novo... Isso realmente importa? Você não fumaria, para que o gosto da tua boca não mudasse, eu fumaria bastante e muito cigarros diferentes, só para dar um gosto diferente a isso tudo. Isso tudo o quê? Ah, só devaneios, devaneios, devaneios... Café demais, felicidade de menos e overdose de tédio.
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