quarta-feira, 20 de maio de 2009

Sonho Bom

Eu costumo me imaginar sozinha em um lindo apartamento bagunçado na Asa Norte. Paredes vermelhas, cortinas pretas e algumas flores. Cerca de 24 anos, cabelos grandes e confusos. Rosto magro, mas sorridente. Tipo físico de quem está pra morrer, mas viveu - e vive - uma vida plena. De vez em quando uma reunião com os amigos. Um filme, uma pipoca. Talvez um samba, talvez um blues. Talvez Arctic, talvez Cazuza, depende se é vinil ou cd. De vez em quando você me visita também. Me diz que quando seus olhos sararem você me trará um presente e me beija na boca. Você tem gosto de arrependimento, mas também de alegria, emoção, felicidade e afins. E eu nunca esquecerei o cheiro de avelã. Me abraça, me faz um café, um cafuné. Pouco depois do amanhecer vai embora me dando um beijo na testa e dizendo aquelas bobagens. Depois eu ficava deitada na cama olhando pra janela, no silêncio. Ah, o silêncio. Vamos envelhecendo e ficando menos barulhentos. Mais perigosos.

"Já não sei se é pior com você ou sem..."

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