quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Sádica conversa das seis da tarde.

Venho tendo sonhos. Com você, obviamente, Não que seja uma novidade, não é, ambos sabemos, mas eles têm acontecido com mais frequência. Não sinto mais e necessidade de falar a você sobre. Sim, antes eu tinha essa necessidade, achei que talvez a beleza estonteante e romântica deles fariam alguma diferencia. Talvez faria mesmo, mas não me preocupo mais com o que a maioria das pessoas "loucamente apaixonadas" se preocupam. Depois de um tempo isso passa, pelo menos pra mim passou. Perguntas invadem minha mente. Me deixam louca.

Ela não sabia como se sentia, como se sentir. As pessoas perguntavam como ela estava e ela não sabia, não poderia saber, já que até um canto a mais ou a menos de algum pássaro fazia uma grande diferença. Tinha atingido o limite. A linha que separa o quase do é, a vida da morte... Drama demais. Sentou no sofá vermelho e olhou para a janela, janela que mostrava a cidade, que abria os olhos para o novo dia aos poucos, meio atordoada, meio cansada de suportar tudo novamente. Pensou sobre a cor dos olhos, o cheiro e o gosto dele, e como isso tudo transparecia nas fotografias que eles tiraram juntos. Em como isso transparecia nas fotografias que ela tirou dele. Sorrisos doces e sinceros. O café esfriou, assim como outras coisas. Precisava de companhia. Escolha aleatória, acabou tirando o vinil da Piaf. Perfeito para o momento. O café frio descia suavemente pela garganta, fazendo uma dança com o coração, que estava prestes a sair, o acalmando, dizendo a ele que aquela não era a solução. Mais dúvidas para o pobrezinho. A quoi ça sert l'amour? Percebeu que o gato cinza não estava por ali, com seus olhos amarelos e hipnotizantes, miando para ela, pedindo um pouco de atenção. Essa era a diferença entre os dois. O gato clamava por uma atenção que ele jamais seria capaz de dar, e ela, ah, ela se contentava com muito pouco. Sempre foi assim, meio perdedora, meio cansada. Olheiras, devaneios e ele. Essa era ela, e a falta de atenção não a incomodava nem um pouco. Ele teria que ir, eventualmente. Ele era assim. Evitava. Quando percebeu, estava sentada no chão, com o álbum de fotos e o caderno verde água no colo, com algumas palavras anotas em uma letra ilegível para outros e apenas feia para ela. Ali estava o gato cinza, apreciando o acordar da cidade, exatamente como ela fazia minutos atrás. Desejou dar uma volta. Sem companhia. Vestiu o casaco verde que ele tanto elogiava e saiu do apartamento gelado...

E eu postaria o final do texto aqui se não tivesse me parecido demasiadamente piegas. Deveria desistir, mas tudo bem, porque "escrever é apenas uma questãod e Sol", e o Sol não anda muito presente...
Não mais.

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