terça-feira, 7 de julho de 2009

Pierrot.

Eu vou esquecer. Vou esquecer as tardes no parque que nunca aconteceram, vou esquecer as músicas que nunca foram tocadas, vou esquecer as palavras que nunca foram ditas, vou esquecer os sentimentos que nunca foram expressados, vou esquecer os poemas que não foram recitados, vou esquecer tudo que nunca chegou a acontecer. Vou esquecer os planos mirabolantes, vou esquecer os textos, as frases. Vou esquecer Michelle, True Love Way, My mistakes were made for you, Nicest Thing e My sweet prince. Vou esquecer a dança linda que a tua voz fazia com os meu sentidos, que ficavam extremamente desnorteados durante e depois. Vou esquecer as tuas fotos e a beleza do teu rosto. Vou esquecer Caio Fernando. Vou esquecer O Mundo de Sofia. Vou esquecer tudo que eu falei. Vou esquecer o meu desejo mais profundo. Vou esquecer teu sangue, tua alma. Vou esquecer que outras te amaram, te amam e te amarão. Vou esquecer que nenhuma delas o fez, faz ou fará com essa intensidade. Vou esquecer o pedestal que construí. Vou esquecer todos os sonhos, todos. Vou esquecer que você era o algo bonito pelo que eu vivia. Vou esquecer da obsessão por tantas coisas, grandes e pequenas. Vou esquecer que eu não conquistei nada nesse tempo, nem a dor de ser abandonada. Vou esquecer de contar os meses, os anos, os dias. Vou esquecer quanto tempo faz. Vou esquecer o controle que você tem sobre meu sono. Vou esquecer que eu nunca vou gostar do mundo. Vou esquecer que eu nunca vou olhar pra ele com você. Vou esquecer dos blogs, das bandas, dos gostos. Vou esquecer de tudo que consegui descobrir. Vou esquecer de cada singelo detalhe. Vou esquecer do teu sorriso bonito. Vou esquecer dessa necessidade desesperada e urgente. Vou esquecer que amor não precisa de toque para ser amor. Vou esquecer que amor não precisa de reciprocidade para ser amor. Vou esquecer que espalhei para os sete ventos. Vou esquecer que Caio Fernando estava certo. Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra. Vou esquecer das nossas almas especiais. Vou esquecer das pequenas alegrias que aprendi com você. Vou esquecer da oitava letra do alfabeto. Vou esquecer da pequena estrela, do céu rosa. Vou me esquecer pra te esquecer.

Porque foste em minha alma como um amanhecer. Porque foste o que tinha de ser.

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