sexta-feira, 19 de junho de 2009

Transatlantique #2

Anthony,
primeiramente quero me desculpar por não te escrever, não te responder. Ou melhor, por demorar a fazê-lo. Ando pensado muito sobre algumas coisas, e isso me consome todo o tempo. Aquela última história que você me mandou me fez pensar. Sabe, quando ela vai embora... Me fez pensar. Ele não pode culpá-la por ir embora, por ter achado outro homem, não foi culpa dela, ela foi obrigada a ir, e achar outro foi culpa do destino. Destino cruel, que sempre separa algumas almas - e corações - para juntar com outras almas e corações. Sei o quanto essas coisas doem. Você também sabe.
Começou a época de chuva. O que eu mais amo nisso é que chove, mas o céu não fica nublado. Continua azul e lindo, e o Sol continua a brilhar fortemente aqui fora, o que gera os incríveis arco íris. Sim, no plural. Ontem, por exemplo, apareceram dois de uma vez. Um estava um pouco fraco, apagado, desbotado, e apareceu logo no final da tarde, mas, mesmo assim, foi lindo. O pôr do Sol mais bonito que eu já vi. Você me desculpe por isso, mas foi até mais bonito do que aquele do dia 23 de maio, o que vimos na praia... Aqui parece outro planeta. Essa cidade possui outro céu.
É estranho olhar ao redor e não ver você. Passear pelos campos sem você. Do que vale toda a beleza desse lugar se eu não posso dividi-la com você?

Venha me visitar.

Anita.

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