"If only I had an enemy bigger than my apathy I could have won."
Hoje, eu venho só escrever. Tirar palavras de mim. Falar sobre o Sol que nunca vem e, quando vem, não fica. Também não vou falar sobre o que fiz, sobre o que achou. Não quero me importar. Não preciso.
Poderia citar o talento de tantos, que sempre parece - isso porque é mesmo - muito maior do que o meu. O meu que é ralo. O meu que é nulo. O meu que não está mais aqui.
Poderia chorar por todas as vidas que não vivo porque sou impossibilitada. Porque sou condenada a ser quem eu sou, por mais que eu possa ser tudo e qualquer coisa. Ainda que não possa realmente.
A chuva me cansa, o acordar, mais ainda. E eu não quero fazer sentido simplesmente porque não preciso.
Acho que, no final das contas, não preciso de nada. Por algum motivo, os grande navios portugueses apareceram na minha mente agora. Suas velas, o vento, o mar.
O início de um futuro pouco vantajoso para quem já estava aqui antes de tudo.
Eu tô tentando tanto, sabe. Ser tudo isso. Tudo que eu preciso ser, pelo menos por enquanto. Não me vejo com ninguém que não seja eu mesma, e as minhas certezas são as mesmas de tempos atrás.
Não quero pensar sobre isso, não quero pensar sobre nada. Quero deitar na cama, fechar meu olhos, imaginar a vida que me foi prometida, a única que me cabe.
Não me vejo em lugar nenhum, com ninguém, nada ao redor.
Gosto de estar sozinha porque me sinto livre. É difícil compreender as necessidades alheias, os sentimentos. É complicado lidar com isso tudo afogada em medo e em um passado que não me esquece.
Acho que andei em círculos. Que estou andando. Que sempre vou andar.
I'm not good. E me desculpo desde já.
Maybe I've seen too many movies, you know...