domingo, 26 de junho de 2011

Eu não escolhi

Acho que te vejo em todo lugar. Por isso tem tanta gente bonita em todo lugar, porque todos são, de certa forma, você. Te vejo em todo mundo e a as minhas pernas bambeiam, minhas mãos tremem e dizem que e meus olhos brilham. Frequentemente eu sinto vontade de esquecer e deixar pra lá. Frequentemente sinto que só te olhar não é, e nunca será o suficiente. Mas ah, te vejo e tudo muda. Acho que o paraíso é diferente pra todo mundo. Que no final a verdade de cada um será a verdade absoluta da vida deles. Que o final de cada um será baseado em suas crenças, mas é que, eu não acredito em nada. Sim, estou mentindo. Acredito em amor, e como acredito no amor.
Você sempre vai estar com outras, e eu sempre vou achar nelas milhões de defeitos que nem existem. E vou sofrer. E vou achar ruim. E vou desistir de você por três dias. Mas daí você vai falar comigo, vai me fazer rir, sorrir e daí, amor, vou lembrar do quanto te amo e que não importa o tempo ou as circunstâncias ou as pessoas. Vou continuar desejando por você em mim, e nós neles, e todo o resto em qualquer lugar.
Há de haver algum lugar, um confuso casarão, onde os sonhos são reais e a vida, não.

sábado, 25 de junho de 2011

But my faith is like a bullet, my belief is like a bolt

But I never heard the answer, I never had a clue.
Não está complicado, não mais. A realidade foi especialmente gentil dessa vez, e ao invés de me atacar, de me dar chutes e pontapés para que eu pudesse ver, me afagou e disse "Tá vendo?" e eu vi. Ai, meu amor. Não sei mais de nada. Todo esse tempo perdido foram apenas anos, e as coisas, no geral, não mudaram muito. Mas os monumentos são tão pequenos agora, e tudo parece tão claro. Coisas que eu amava apesar de não entender, agora entendo, e ainda amo. Menos, mas por mais tempo.
Tô mais calma agora. Quero sombra e água fresca. Não quero festas. Quero piqueniques e risadas. Fotografias espontâneas e todo o amor do mundo em um abraço. Ando escutando tanta música bonita, e tudo me toca de um jeito especialmente engraçado. Não há vazio pois há você, e amor não precisa de toque pra nada.
Dance com elas, stay loose. No final... ninguém vai poder mudar nada.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Luísa de Camões

Nos conhecemos não lembro como. Luísa disse que gostava dos meus textos, e eu me apaixonei pelos de Luísa. Nos ajudávamos. Mutuamente. Tínhamos o mesmo problema. Mas hoje Luísa é feliz, e eu preciso muito mais dela que ela de mim. Sinto que atrapalho, assim como sinto que isso não a incomoda.
Minha Luísa de Camões gosta de mim, gosta do artista de cinema e gosta de poesia. Fala poesia, vive poesia e, por vezes, escreve poesia. Nossa Luísa de Camões é poesia das mais acidentais e belas.
Luísa me ajuda e me equilibra. E sonho com o dia em que eu e Luísa vamos escrever, juntas, sobre felicidade.

Por que (não) nós?

Pensei que o amor era fila. Pegaria senha, sentaria esperaria. Mas passam na minha frente, e me atropelam, e não respeitam os sinais, e beijam tua boca... Reclamo, choro, levanto e finjo que vou embora. Mas vem Chico me dizer que amor pode até ser fila, mas que não é rápido não. Que não preciso, que não posso ter pressa. Então sento de novo, presto muita atenção no barulho, nos números. Olho pro meu papalzinho... quando meu nós vai chegar, meu bem?
Mas é verdade. Meu amor pode esperar anos no fundo armário. Já esperou três. Que espere dez...

Futuros amantes quiça se amarão sem saber com o amor que eu deixo pra você.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

I still can't find the words that should calm me down.

Hoje escrevo como sou, como quem nem sempre fui, mas como quem venho sendo. Como alguém que sempre teve mais esperança do que medo, e mais esperança do que bom senso e discernimento, essas coisas que dizem que é bom ter em excesso.
Mas sou conhecedora disso tudo, e excesso nunca é bom. Se você não dorme você tá com problema, mas se você dorme demais também tá com problema. Alguém me diz cadê esse equilíbrio que ninguém consegue e quem conseguiu já morreu, já se foi e não tá aqui pra ensinar.
Só te peço... não faz isso não. Não diz que eu tô errada, porque não tô. Sinto bem aqui no fundo do meu coração assustado ou do meu cérebro masoquista ou da minha imaginação que me dá essa visão exagerada de tudo e de você que eu não tô não. Como você pode saber, meu bem? Você não pode. Você tá confundindo a sua visão de mim com a minha visão de você.
Mas hoje eu senti que antes eu estava vivendo um sofrimento que não existia de verdade, porque, pela primeira vez, acordar doeu, doeu de verdade.

Mas eu não quero mais ter esperança, essa coisa gentil.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

I talk to you in my thoughts

"Love at first sight... when you see someone so beautiful
that you forget they aren't there just for you"

Acho que foi a primeira vez que eu gostei do meu "segundo nome".
Lembro que quando era pequena meu pai só me chamava de Tarsilla, como ainda faz hoje em dia. As crianças ao redor ficavam "Que nome esquisito" e eu fingia que não era comigo. Cresci mais um pouco as os adultos inteligentes que eu tanto admirava sempre diziam "Você já tem nome de artista, vai realizar muitas coisas" só que eu fui indo e não realizei nada. O nome me deixava culpada, como se eu não o merecesse.
Mas hoje (ou ontem?) eu estava preocupada demais tentando esconder meu medo e minha euforia e você gritou meu nome. E na sua voz ele parecia tão... meu. Parecia certo. Parecia até bonito, eu acho. E eu senti que estava sendo esmagada por toneladas de Tulipas azuis.
E por mais que isso nunca vá significar pra você o que significou pra mim, obrigada. Obrigada por ter me ligado, por ter me falado onde estava, por ter me cumprimentado, falado meu nome, e até se despedido de mim. E obrigada por ter feito aquele gesto indefinido adorável na entrada.
Mas isso me mostrou que quero mais. Quando você vê (só vi, ainda não cheguei) a superfície, é difícil querer voltar pro fundo. Mas eu prefiro ter e perder do que nunca provar.