- Posso te pagar uma bebida?
- Você não precisa me pagar uma bebida pra falar comigo.
- Ok, dona. Então faremos o seguinte: você me paga uma bebida e eu deixo a senhora falar comigo.
Me lançou um olhar desafiador, como se tivesse me laçado. Achei engraçado.
- Se eu quisesse pagar para conversar com alguém, eu ligaria para o chat line.
Aquilo pareceu surpreendê-lo. Gargalhou.
- Eu pago a minha, você paga a sua e todo mundo fica feliz.
- Qualquer coisa que seja conhaque?
- Menina!
O que mais me assusta é sue jeito de olhar. De quase ignorar. Um certo ar de superioridade. Como se quisesse me dominar, ao mesmo tempo que tem olhos frágeis e sozinhos e, visivelmente, me querem.
Um querer assustador, uma fragilidade doce e amarga. À beira da agonia, mas está mais perto da ternura. Ternura de seus braços magros e suas camisas esquisitas, a maneira desajeitada de beber uísque, como se não gostasse. Tenho medo do passado sombrio, medo das piadas nonsense, medo da camisa xadrez, medo do quanto andaria só para poder o encontrar.
Por: Mim e Natália (mais por ela do que por mim, devo admitir).
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